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E se alguem cá nos visitar é porque foi convidado... ou então porque merece.
Mas aqui tu és rainha. Escreve o que te apetecer... Copia o que quizeres...
Este é o nosso diário, ou semanário ou o que fôr.
Este é o primeiro sítio só nosso!
Aqui não precisas de roupas muito menos armaduras.
Aconteca o que acontecer , eu estarei cá, á tua espera.
Até ao fim dos nossos dias.
Ou até não quereres regressar á nossa ilha deserta.

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domingo, 16 de março de 2008

Historias de paixão

Quinta das Lagrimas
Jardim

A maior parte dos jardins das Lágrimas foi idealizada por Miguel Osório Cabral de Castro em meados do século XIX. O jardim seguia uma tendência da época, a da constituição de uma espécie de Museu Vegetal, onde estariam representadas espécies de todo o mundo. Nas Lágrimas foram plantadas espécies raras e valiosas, algumas das quais são mesmo espécimes únicos no país. O então proprietário beneficiou da sua amizade com o director do Jardim do Botânico, com quem trocava exemplares. Da colecção das Lágrimas constam árvores tão variadas como Figueiras da Austrália (também referida como árvore da borracha), canforeiras, sequóias, plátanos, carvalhos, palmeiras, entre centenas de outras.
A Lenda

A principal lenda que gira à volta da Quinta é a história de Pedro e Inês. Pedro era o herdeiro presuntivo do trono ocupado por seu pai, o Rei Dom Afonso IV. Inês era uma dama galega, filha bastarda de Pedro Fernandez de Castro, um dos homens mais poderosos de Espanha e que por sua vez era neto de Sancho IV, Rei de Castela, como também o era Dom Pedro, o que torna Pedro e Inês primos. Também Dona Constança, esposa de Dom Pedro e futura Rainha de Portugal, era prima de Inês.
Perspectiva HistóricaInês de Castro pertencia a uma poderosa família de fidalgos galegos, e descendia por linha bastarda de Sancho IV, rei de Castela. Havia também uma ligação com a família Albuquerque. Afonso Sanchez, o bastardo de Dom Diniz que Dom Afonso IV odiou de morte e por causa do qual o país mergulhou em guerra civil, casou com a dona do castelo de Albuquerque. A esta senhora chamava Inês de Castro mãe, porque foi ela quem a criou. Esta será a primeira fonte de ódio entre Afonso IV e Inês. Em 1350 estalou em Castela uma revolta dos grandes senhores contra Pedro I. O chefe da revolta era precisamente João Afonso de Albuquerque, filho de Afonso Sanches e, portanto, uma espécie de irmão adoptivo de Inês. Este usou certamente a sua influência junto de Inês para envolver o Infante Dom Pedro, com quem esta tinha um romance, nas guerras civis castelhanas. Esta tentativa de influenciar Dom Pedro chegou ao ponto de em 1354 enviar a Portugal um irmão de Dona Inês para propôr a Dom Pedro que este reclamasse para si a coroa de Castela (Dom Pedro era neto de Sancho IV). Dom Pedro só não aceitou a proposta devido à firme oposição feita por seu pai.
Foi para o impedir que Afonso IV ordenou a morte de Inês de Castro, numa altura em que Pedro estava ausente. Os executores foram Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e Pedro Coelho, validos do rei e ricos homens do Reino. Indignado com a justiça do pai, Pedro revoltou-se, e durante os meses que antecederam a celebração da paz, as suas tropas assolaram o país, chegando mesmo a ter o Porto debaixo de cerco.
Pedro, mal subiu ao trono, e apesar dos perdões solenemente jurados, logo tratou de capturar os assassinos de Inês, que se tinham refugiado em Castela para fugir à fúria do príncipe. As execuções dos culpados foram feitas com rigores atrozes, que perturbaram os contemporâneos. Um dos assassinos conseguiu escapar, mas dois foram capturados, sendo a um arrancado o coração pelas costas e ao outro pelo peito. Em 1360 o Rei anunciou que se havia casado secretamente com Inês e, pela mesma ocasião, mandou construir os monumentais túmulos de Alcobaça, para onde transladou o corpo de Inês e onde viria também ele a ser enterrado

Perspectiva Romântica

Sabe-se que as matas da Quinta teriam sido no século XIV coutadas de caça da família Real, que então residia em Coimbra. Era aqui que Pedro e Inês se encontravam, sempre em segredo, de maneira a que nada perturbasse o seu amor. Inês, que a história chamou de "colo de garça", tal era a sua beleza, residia no Paço do Convento de Santa-Clara-a-Velha, distante da Quinta não mais de quinhentos metros. Vivia ali porque a Rainha Santa Isabel havia decretado no seu testamento que se alguma pessoa da sua linhagem aí quisesse residir, o podia fazer.
Da Quinta sai um cano estreito, hoje chamado "dos amores", que vai terminar a uma centena de metros do Convento. Seriam as águas que brotam da Fonte dos Amores para este cano que serviriam de transporte para as cartas de amor de Pedro para Inês. Diz a lenda que o príncipe as colocava em barquinhos de madeira que, seguindo a corrente, iriam até às mãos delicadas de Inês. Terá sido nas matas das Lágrimas que Inês foi assassinada pelos três validos de Afonso IV. Reza a lenda que esta se encontrava "posta em sossego", quando de repente se viu abordada pelos três homens, que a esfaquearam até à morte. Terão sido as lágrimas que Inês então chorou que fizeram nascer a Fonte das Lágrimas, onde o sangue que do seu corpo saiu ainda hoje está gravado na rocha, onde permanecerá para sempre.
Mal Pedro subiu ao trono, logo arranjou a morte dos assassinos de Inês, fazendo-o de uma forma cruel, arrancando os seus corações. Depois transladou o corpo da sua amada para Alcobaça. Nessa altura terá sido feita uma marcha fúnebre até ao futuro local de repouso de Inês, na qual toda a Nobreza terá sido forçada a participar. Já em Alcobaça diz-se que Inês foi coroada (Camões diz nos Lusíadas que Inês "depois de morta foi Rainha"), tendo os nobres sido obrigados a beijar a sua mão.




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